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Alimentação à Colher

A Psicóloga Responde...

Neste espaço do blogue maetranquila, damos-lhe a oportunidade de pedir conselho e ajuda especializada.
Para isso contamos com a colaboração da Sra. Dra. Maria José Lima Ramos, psicóloga clínica do ACES Ave I- Terras de Basto, Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto.
Envie as suas mensagens, faça comentários aos artigos publicados, e obterá resposta neste espaço.


Os nossos visitantes perguntam:
 
"Boa tarde!
Meu irmão tem 9 anos de idade, no entanto continua com medo de certas situações, como escuro, ideia de abandono e de que algo mau possa acontecer. Por isso, ele não consegue dormir sozinho até hoje, apesar de todo o apoio que tem sido dado já há alguns meses. Gostaria de procurar auxílio profissional para lidar com o caso dele, pois talvez seja algo que não caiba às limitações dos meus pais. Eu devo procurar algum auxílio profissional? E se sim, que tipo de profissional lida com isso?"
Obrigado.
Anónima, Portimão

A psicóloga responde...

Em determinadas idades o aparecimento de medos e inseguranças é algo que pode fazer parte do desenvolvimento da criança e “naturalmente” desaparece com o tempo, sendo algo transitório e sem grandes sequelas para a sua formação como pessoa e para a sua auto-confiança.

Se a situação se prolonga no tempo, não tem tido resultados favoráveis com os esforços das pessoas mais próximas, que com certeza fazem o melhor que podem e sabem, devem de facto procurar a ajuda de um profissional que irá tentar integrar as causas e os predisponentes para essa situação, e proporcionar-lhe o melhor tratamento adequado à sua situação.

Os profissionais mais preparados para lidar com estes quadros são, à partida, os psicólogos clínicos, podendo começar por se informar no seu centro de saúde.
 
"Boa noite!

O meu filho tem 15 meses, mas de á uns tempos para cá, sempre que o contrario grita como se tivesse uma dor enorme. Por exemplo, de manhã preparo-o para ir para o infantário e depois deixo no quarto junto a mim a brincar. Se eu estiver sentada ao pé dele a brincar, tudo bem, se me levanto para me ir arranjar começa a chorar.
No quato dele, ou no parque e estou lá "colada" ao pé, está tudo bem, se me afasto grita desalmadamente.
Tento não ligar, pois sei que é uma birra e que ele está em segurança, pois eu estou sempre de olho nele, mas fico super-nervosa...

obrigada!
Sandra Cabeceiras de Basto "


A psicóloga responde...

É compreensível que fique nervosa com os gritos e o choro do seu filho, é mesmo assim que estamos “programados”!  Contudo, parece-me que a Sandra entende bem que estas reacções são como testes que ele vai fazendo ao seu comportamento.  A partir de certa idade, alguns bebés mais do que outros, mostram sinais de angústia de separação, e isso é algo que faz parte do seu desenvolvimento, da sua apropriação do mundo tal como ele é, da sua individualidade enquanto um ser separado da mãe (e não um só como acontece nos primeiros meses).

Gradualmente deve ser capaz de permitir essa separação ao seu filho, que deseja mas no fundo lhe custa, o que lhe permitirá ser uma pessoa auto-confiante e segura.  Os objetos de transição dão conforto ao bebé e costumam ajudar nestas alturas (chupeta, uma fralda, um peluche especial…).

Se mantiver a calma e o seu comportamento for coerente (não fazer uma coisa um dia e algo contrário no dia seguinte), com certeza tudo irá correr bem.

Lídia, Fafe escreveu:
Estou numa fase muito difícil da minha vida e sinto que preciso muito de desabafar, mas não o posso fazer com o omeu marido pois ele está a sofrer como eu. Tenta não demonstrar mas sei que o que nos aconteceu o afetou tal como a mim.
Perdemos os nossos gémeos às 10 semanas de gravidez, depois de termos estado a tentar engravidar durnate 3 anos. Agora estou grávida novamente, é só um bebé, estamos felizes por isso mas estou constantemente a pensar que vou perder este também. Durmo mal, quando adormeço sonho que estou a perder o bebé. Como posso fazer para me libertar deste medo? Há alguma forma de eu me desligar do que aconteceu? Devo recorrer a um pofissional? Obrigada! Parabéns ao vosso blog!

 A Psicóloga responde:  
Lídia, as pessoas não são robôs e, como tal, recordam as situações marcantes que vivem ao longo da sua existência. A perda dos seus gémeos foi certamente um dos momentos mais marcantes da sua vida e, consequentemente, deixou sequelas em termos emocionais.
Compreensivelmente com uma nova gravidez reativaram-se com mais intensidade todas essas memórias traumáticas e reforçaram-se muitos medos que são difíceis de controlar.
Se sentir que sozinha, e com o apoio do seu marido, não é capaz de viver uma gravidez tranquila e esperançosa, tão importante para viver depois um pós-parto equilibrado e feliz, deverá recorrer a um profissional de Psicologia Clínica que o ajude a ultrapassar os aspetos traumáticos do passado e a encarar esta nova gravidez com esperança e capacidade de sonhar, algo que vocês tanto merecem.


Susana, Setúbal escreveu:
"Olá! Eu tenho uma dúvida para colocar! Sempre fui bastante segura de mim e independente. Casei com 25 anos, e tive o meu filho 3 anos depois. Agora ele está com 2 anos e eu finalmente consegui arranjar emprego. Acontece que o meu filho sempre esteve comigo e agora não consigo confiá-lo a nunguém. Eu sei que á minha mãe e a minha sogra terão todo o cuidado e carinho do mundo, mas é mais forte que eu! Eu já tentei deixá-lo para ir dar um passeio com o meu marido, mas o passeio dura meia hora, pois tenho necessidade de o ir buscar imediatamente. Fico a pensar que não tenho o direito de me divertir sem ele! Isto é normal? Estarei a ficar obececada?
Um Abraço!"
A Psicóloga responde:

O que a Susana sente decorre do facto de durante estes dois anos se ter dedicado exclusivamente ao seu filho, abdicando certamente de outras áreas da sua vida.
A própria Susana sabe a resposta para a sua pergunta, porque melhor do que ninguém sente que não consegue retirar prazer de outras situações da sua vida, nem viver plenamente outros papéis importantes, como o de mulher ou de profissonal…

Além do seu próprio bem estar deve acima de tudo pensar no bem estar e desenvolvimento do seu filho.  Deste modo será também para ele muito difícil separa-se de si, tornando-se uma criança insegura e com medo de explorar o mundo, o que terá diversas consequências ao longo de todo o seu crescimento.
Além de direito, tem também a obrigação de se divertir e ter uma vida para além da maternidade, só assim poderá ser uma pessoa plena que transmite ao seu filho a alegria e satisfação com a vida, tão importantes para o seu desenvolvimento pleno.





Luis, Montalegre escreveu:
"Boa tarde dra Mª José
Felicito o blog por esta iniciativa. Gostava de perguntar como posso saber se a minha mulher está com uma depressão pós-parto? O nosso filho nasceu lindo e saudável no passado dia 1, já estamos em cassa com ele, e tudo correu dentro do previsto. Há dois dias para cá, tenho notado que a minha mulher chora por tudo e por nada, irrita-se com a mínima coisa, não deixa que ninguém dê opinião. Confesso que temos tido muitas visitas, e que temos descansado pouco, mas não sei se este choro e irritabilidade será princípiuo de uma depressão pós-parto. Como a posso ajudar? Obrigado!"
A Psocóloga Responde:

Todas as alterações que a chegada de um filho acarreta para a vida familiar exigem um tempo de adaptação. A mulher, pelo cansaço do parto, pelas alterações hormonais, poderá precisar de mais algum tempo do que o homem para fazer os ajustes necessários.
A irritabilidade ou o choro fácil não significam que está com depressão pós-parto, poderá ser uma resposta perfeitamente normal, tão poucos dias após o nascimento do vosso filho.

Como o Luis reconhece, têm descansado pouco, têm tido muitas visitas.  Ao fim de alguns dias essas visitas tendem a diminuir, mas cabe-lhe também a si proteger a sua mulher e filho de tanta exposição, uma vez que sente que está a ser excessivo.
São vocês os três que têm de se adaptar juntos a esta etapa, com privacidade e intimidade. Com boa vontade e boas intenções a família mais próxima torna-se por vezes demasiado impositiva. Devem proteger-se dessa tendência, pois “fechar-se” um pouco do mundo durante algum tempo pode ser muito benéfico para a coesão do casal.

Acima de tudo devem ter um espaço para falar calmamente, para que a sua esposa possa partilhar as suas angústias e preocupações.


"Luana, Lisboa escreveu:
Oi! Esse blog tá demais! Parabéns!
Eu quero aproveitar só para fazer uma perguntinhinha! Como faço para tirar a xuxa da minha bebé, sem que ela fique traumatizada? Ela já tem um ano e meio, é cedo para tirar? Em que idade devo tirar a xuxa? 
Beijos!"
A Psicóloga responde:

A chupeta é um objecto transitivo, é algo com que as crianças se procuram consolar para lidar com a ausência da mãe (como também o são um peluche ou uma fralda…).  A criança atribui a esse objecto a capacidade de representar a sua mãe quando ela não está presente, deste modo, acalma a sua angústia de separação.  No fundo, este processo mantém-se pela vida fora, simplesmente vamos substituindo os nossos abjectos transitivos por outros “mais adequados” à nossa idade, sendo aí que procuramos a sensação de conforto e segurança que, primariamente, obtínhamos com a nossa mãe.

O que se passa com a chupeta é que, a partir de certa idade, pode começar a causar danos em termos de dentição ou atrasos e dificuldades na aquisição da linguagem, motivo pelo qual a criança a partir do ano e meio ou dois anos deve começar a ser capaz de deixar a sua chupeta, normalmente substituindo-a por outro objecto que lhe transmita o mesmo conforto.
Para evitar insegurança ou desconforto desnecessários não deverão ocorrer retiradas bruscas mas uma gradual diminuição do tempo de uso da chupeta para períodos chave como a hora de dormir, quando estão doentes… É importante obter o acordo e colaboração da criança, e devemos reforçá-la quando se mostra capaz de cumprir o acordado. Muitos pais recorrem à admiração que a criança tem por outras crianças mais velhas para mostrar que estas já não usam chupeta.
O importante é evitar radicalismos e ter sempre em conta a criança e as suas circunstâncias particulares.

                                                                 Imagem Anterior


" Bom dia! Queria aproveitar para perguntar se é normal ter diminuição  do desejo sexual após ser mãe. O meu filho tem 2 anos, e amo o meu marido, mas desde que nasceu o Rodrigo confesso que aprecio mais um abraço do que a relação sexual. Julgo que já era altura de voltar a ter desejo como antes. Sinto-me um pouco frustrada e não sei a quem devo pedir ajuda."

Anonima,


A psicóloga responde...

O nascimento de um bebé é um momento maravilhoso e muito exigente.
Reestruturam-se as relações e dinâmicas familiares (principalmente no 1º filho), criam-se novas rotinas e novas responsabilidades. Um momento simultaneamente tão positivo e tão importante no ciclo de vida de uma família, traz naturalmente algumas dificuldades de ajustamento.  Dependendo muito do bebé, do seu sono e alimentação, da sua saúde, o período de ajustamento pode ser mais ou menos longo.
Inicialmente, por todos os motivos referidos e ainda por outras questões mais orgânicas na mãe, é comprrensível que ocorra uma diminuição do desejo sexula no casal. Contudo, e uma vez que referiu que o seu filho já tem dois anos, não é desejável ou de esperar que tal situação se prolongue durante tanto tempo, podendo começar a ter um impacto negativo na vida do casal. Como refere "já era altura de voltar a ter desejo como antes", estando consciente de que tal situação não é satisfatória para nenhum dos membros do casal. se considerar que precisa de ajuda para perceber o que está a acontecer consigo deverá recorrer a uma consulta de especialidade, ou a um psicólogo clínico ou a um terapeuta sexual, de forma a tentar dar sentido às mudanças que ocorreram na sua vida.


" Boa tarde, eu sou pai de um menino com 5 meses e gostava de saber se 
dar muito colo os habitua mal. Será por dar muito colo que ele agora
não que ficar na cadeirinha? Eles ganham manha nesta idade? Obrigada e
parabéns pelo blogue!

Luis, Fafe "


A psicóloga responde...
 
Os bebés têm hábitos e rotinas que ao longo do tempo se vão estabelecendo como comportamentos.
Todos os bebés são diferentes, alguns conseguem passar mais tempo sózinhos, ocupados a descobrir as mãos ou os pés, ou a brincar com um brinquedo adequado à idade, enquanto outros necessitam de mais atenção e interação com os pais.
O importante é tentar encontrar o equilíbrio entre dois aspetos muito importantes para o próprio desenvolvimento da criança: por um lado o "colo", o mimo o carinho q.b., e por outro lado o incentivo para
descobrir o mundo (os objetos, o próprio corpo) por si própria.
Deverão tentar refletir se não se trata também de alguma insegurança da vossa parte, se não correm rapidamente para lhe pegar ao colo se ele chora na cadeirinha. É importante que ele comece a lidar com algumas pequenas frustações, não pegar logo a correr mas antes dar-lhe algo que ele goste, incentivá-lo a permanecer algum tempo sentado, cantando para ele, brincando com ele, mas sem pegar ao colo de imediato.


"Boa tarde!

Acho muito importante esse tema da vinculação, mas queria perguntar se a separação que normalmente fazemos aos 4 meses de idade do bebé, não é um factor causador de stress no bebé. Como podemos gerir esse momento, de modo a que seja mais fácil para o bebé e para os pais? O nosso filho tem 3 meses e nos já estamos a ficar ansiosos porque o momento de o pôr no infantário aproxima-se.

António, Lisboa 21/10/2011"

A psicóloga responde...

António, todas as separações são geradores de stress, no bebé e principalmente nos pais. A forma como os pais vivem a separação, se a encaram como algo natural e inevitável, vai ser determinante para o sucesso dessa primeira grande separação.

Como sabemos uma vinculação segura é aquela em que o bebé é estimulado e encorajado a enfrentar o desconhecido, e a explorar o misterioso mundo novo. Os pais são os incentivadores desta descoberta, promovida pela segurança interna que se desenvolve a partir de laços afectivos fortes e estáveis. Assim, não devem recear as separações, devem fortalecer os laços, a ligação afectiva, devem transmitir tranquilidade e segurança ao vosso bebé e tudo deverá decorrer sem dramas ou problemas.


" Olá! Quero dar os parabéns pelo blogue, e aproveito para colocar uma questão à Dra Maria José:

Estou grávida e na minha família uma irmã e uma prima tiveram depressão pós-parto. A minha dúvida é se posso ter tendência a desenvolver também essa doença, visto sere da família. Pode ser hereditário?

Sílvia, Guimarães 20/10/2011"

A psicóloga responde...

 
Sílvia, a depressão pós-parto não é uma fatalidade, não é algo que não se pode evitar ou que tenha uma carga genética determinante. Mais do que os antecedentes familiares deverá ter em conta os antecedentes pessoais, se tem história de depressões anteriores. Mesmo que tal tenha ocorrido não terá necessariamente de desenvolver depressão pós-parto. É fundamental manter uma atitude positiva face a essa nova etapa, às novas exigências que vêm acompanhadas de novos prazeres. É fundamental ter uma boa rede de suporte, por exemplo a nível familiar ou amigos próximos, para ter apoio caso disso sinta necessidade.

Um bebé desejado, fruto de uma relação coesa e de apoio mútuo é também um factor protector face à depressão.


" Sou mãe de um bebé com 6 meses de idade, saudável, amamentado ao peito. Tenho curiosidade em saber se existe uma idade ideal para o colocar a dormir no seu quartinho! Até agora tem dormido no berço no nosso quarto, mas como já consegue passar mais tempo sem pedir a mama estava a pensar em passá-lo para o quarto dele. Ainda não o fiz pois tenho receio que isso o traumatize. por outro lado tenho medo que ele mas tarde não sse adapte à mudança e seja mais difícil de o mudar. Existe alguma maneira especial de o fazer, ou idade mais adequada?

Parabéns pelo blogue!

Anónimo, Fafe 22/10/2011"
A psicóloga responde...

Não existe uma altura ideal, o importante é que os pais percebam as necessidades do bebé e a importância da separação. Antes dos 8 meses o bebé não se deverá aperceber da mudança, mas até ao ano de idade não há pressas.

O importante é perceber que isso não irá traumatizar o bebé, os pais é que têm de se sentir seguros e confiantes, mantendo a sua decisão mesmo que interpretem alguns sinais, como uma noite menos bem dormida, como sinal de dificuldade de separação do bebé. O espaço para a nossa individualidade é algo que se começa a construir desde bebés, é aí que percebemos que os nossos pais como casal têm o seu espaço, não nos sentimos desesperados por passarmos algum tempo sós, o que irá fazer toda a diferença na nossa saúde mental futura.

Maria José Lima Ramos, Psicóloga Clínica do ACES Ave I- Terras de Basto, Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto.




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